Introdução

As multilatinas no contexto COVID-19

No contexto da crise sanitária da COVID-19, as empresas multilatinas passaram pelas mesmas etapas que suas contrapartes globais: reação à crise, adaptação transitória e planejamento para o chamado “novo normal”. Entretanto, este processo ocorreu sem planos de resgate robustos como os dos Estados Unidos e da Europa. Nos EUA, as administrações Trump e Biden injetaram trilhões de dólares na economia para mantê-la à tona e proteger as famílias, na UE a conta ultrapassou um trilhão de euros.

Em termos percentuais, dos países da região, somente o Brasil está entre os países que investiram uma parte maior do PIB no combate aos efeitos da pandemia.

Porcentagem do PIB que os países investiram para cobrir os custos da pandemia

Japão 55%
Suécia 23%
Alemanha 20%
Canadá 19%
Estados Unidos 18%
Austrália 17%
Dinamarca 16%
França 16%
Itália 15%
Brasil 12%
Espanha 11%

Antes da pandemia: a experiência da incerteza

Multilatinas são as empresas estrelas da internacionalização na região, marcadas por condições especiais. A América Latina sempre foi uma região menos previsível do que os Estados Unidos ou a Europa. Para dar exemplos recentes, países como Brasil, Argentina e Venezuela passaram pelo super-ciclo de commodities no final da primeira década do século 21, apenas para entrar em períodos de crise no decorrer da segunda década.

Nesse contexto volátil, as empresas que integram o universo das multilatinas foram e seguem sendo pressionadas. Empresas que, em maior ou menor grau, aprenderam a ser flexíveis, um valor chave para enfrentar os desafios surgiram a partir de 2020. A força de seus negócios sob estas condições resultou em empresas resistentes, inovadoras e ágeis na adaptação.

Antes da pandemia, a situação das Multilatinas poderia ser resumida da seguinte forma:

  • A internacionalização da Multilatinas estava progredindo significativamente.
  • O foco era a expansão em regiões de culturas parecidas.
  • As empresas nasceram ou cresceram em tempos de crises locais ou globais.

E qual é a percepção da opinião pública sobre as Multilatinas?

A fim de compreender de uma perspectiva social como as empresas multilatinas são entendidas e discutidas, realizamos uma análise utilizando nosso sistema chamado Data Analytics Suite. O estudo está focado em conversas sociais nas quais um ou mais dos seguintes aspectos foram mencionados empresas multilatinas mais importantes do mundo.

Ficha técnica do estudo, sub-dividida em comunidades agrupadas em nós, por país:

  • Analisamos 7.284.170 mensagens.
  • Estudamos 2.278.663 perfis.
  • A janela temporal do estudo foi de 1 de janeiro a 30 junho de 2021.
  • Fontes: redes abertas e páginas públicas.

Este estudo, que se baseia em uma análise dos territórios e comunidades mais importantes na conversa e resulta em um sociograma do que é dito sobre as multilatinas, foi realizado através de uma segmentação de acordo com as três dimensões seguintes:

  • Temática: aplicando técnicas de análise semântica para extrair os principais subtemas da conversa. Em certas passagens da análise, foi realizada a análise do território relacionada aos principais objetivos de desenvolvimento sustentável (pois eles se referem aos 8 principais grupos de ODS definidos na Agenda 2030 da ONU).
  • Setorial: por setor de atividade. Segmentação e agregação de resultados pelos setores econômicos aos quais as empresas pertencem.
  • Corporativa: conversa de contas corporativas versus a conversa do resto da sociedade. Análise diferencial da conversa gerada pelas contas das empresas versus a conversa do resto da sociedade.

O que é o DAS?

O Data Analytics Suite, DAS, é um sistema da LLYC para análise de informações usando big data para estabelecer modelos preditivos.

Saber mais

Os insights da conversação

Neste sentido, o estudo não apenas esclarece onde, quem e o que está sendo falado, mas também analisa as interações, linhas discursivas e correlação entre as comunidades aliadas quando se fala de empresas multilatinas. Os dados revelam uma concentração significativa de conversas, tanto geográfica quanto corporativamente.

Os principais insights:

  1. A conversa sobre as multilatinas está concentrada principalmente em 5 países: 65% das empresas multilatinas , entre as 100 mais importantes, têm origem em três países: Brasil ( ), México ( ) e Chile ( ). Se acrescentamos Colômbia ( ) e Argentina ( ), estes 5 países contribuem com 70% das empresas ao ranking das top 100 multilatinas. Embora o tamanho da população desempenhe um papel na distribuição da conversa, há mercados grandes e médios que não desempenham um papel. Quase 2 de cada 3 conversas sobre Multilatinas acontecem no Brasil e no México.
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  1. 63% da conversas sobre as multilatinas más importantes gira alrededor de 10 empresas: esta concentração corporativa de conversa separa muito mais aqueles que conseguiram penetrar na opinião pública, seja através de seus esforços de comunicação ou do domínio da indústria.
  1. Multilatinas nos setores “Energia” e “Alimentos e Bebidas” são as mais proeminentes na conversa: representam quase uma em cada duas mensagens (48,4%), dada a sensibilidade de seus negócios ou seu impacto na vida diária das pessoas. Entretanto, as áreas de oportunidade são evidentes em outras indústrias para incentivar a conversa.
  1. 68% das conversas sobre empresas multilatinas acontecem em seu país de origem: a dependência de seu mercado de origem permanece elevada. Embora a internacionalização dos negócios tenha progredido em seu próprio ritmo, a internacionalização de sua conversa ainda tem algum caminho a percorrer na região. No caso do Brasil, devido à barreira da língua, esta dependência sobe para 82%.
  1. Por outro lado, os EUA aparecem frequentemente como o segundo mercado para várias Multilatinas, de modo que, em média, as empresas multilatinas tendem a procurar ou encontrar posicionamento lá após seu país de origem.

Multilatinas que concentram a maior parte da conversa

Petrobras 16%
Nubank 15%
Grupo Televisa 9%
Grupo Bimbo 8%
Natura 7%
Bancolombia 6%
Falabella 5%
Cinépolis 5%
Sigdo Koppers 4%
Ambev 3%
Outras 37%

Volume de conversação por setor (global)

Conversa global sobre Multilatinas

Outros insights da conversação

  • Apenas 2,2% das conversas sobre Multilatinas estão associadas a causas ambientais, com mais da metade (56%) ocorrendo no México.
  • 1,1% das conversas no território Multilatinas referem-se a fatores relacionados à transformação digital, sendo o setor FINANCEIRO o que mais contribui, com quase 1 em cada 5 mensagens do total.
  • 2 em cada 5 mensagens no território “dados” ou “data” destacam a ligação entre a análise de dados e a inteligência artificial.
  • O conjunto das Metas de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionadas ao “crescimento econômico” são as mais freqüentemente ligadas às Multilatinas: quase 1 em cada 3 conversas no território das ODS se referem ao “crescimento econômico”.
  • “Automotivo”, “Varejo” e “Energia” são os três setores das Multilatinas que dão menos destaque em sua conversa corporativa à ligação entre seus negócios e o crescimento econômico.
  • 1 em cada 5 conversas sobre SDGs (18,9%) são sobre questões de “justiça social” e, destas, 2 em cada 3 (65,4%) mencionam a corrupção como uma causa.
  • “Energia” e “Indústria” são os dois setores de empresas Multilatinas que dominam mais de 50% das conversas sobre a meta “educação” dos ODS (54,6%).
  • “Bens de consumo” com +160% e “Finanças” com +130% do volume de conversas, em comparação com a média, são os dois setores que fazem o maior esforço em sua comunicação corporativa para se posicionar no território da educação.

As multilatinas com melhor desempenho

Compreendendo este contexto econômico e social, as questões são: Como as Multilatinas surfaram a crise e se redefiniram? Como estão tentando penetrar na opinião pública? Como adaptaram seus modelos de negócios ou desenvolveram iniciativas de acordo com as exigências de seus ambientes?

Desde o papel do CEO como embaixador central da empresa, até um novo foco no recrutamento de talentos, existem tendências globais que estão permeando o sistema comercial das multilatinas, no esforço de uma abordagem mais certeira com cada um dos seus stakeholders. Abaixo, analisamos estas tendências e as Multilatinas que estão se adaptando melhor.

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1.

TENDÊNCIAS CHAVE

O novo normal, pós-pandemia e pós-crise, nos coloca em ambientes complexos aos quais as empresas não podem simplemente responder.

UM

Liderando além do negócio

Este conceito expressa uma versão dos principais executivos de empresas em que operam…

DOIS

Automatizando o valor agregado

Sem dúvida, a pandemia da COVID-19 teve um grande impacto não só na saúde…

TRÊS

Estabelecendo modelos preditivos

Além do debate sobre a privacidade dos dados, o que o uso de big data nos diz…

QUATRO

Marcas com propósito

A nova realidade do mundo dos negócios acelerou a internacionalização de um conceito que adquiriu grande importância…

CINCO

O magnetismo com o talento

O talento é um ponto de discussão em constante evolução. Em paralelo com as exigências da sociedade, o recrutamento…

SEIS

Os que dobraram a aposta

O impacto da COVID-19 na América Latina tem características particulares e comuns entre os países da região…

SETE

Expandindo redes

Os stakeholders são os grupos de pessoas que, de uma forma ou de outra, estão relacionados com a organização…

2.

A MARCA MULTILATINA: UM MERCADO DE OPORTUNIDADES

Além dos desafios e tendências que as Multilatinas enfrentam, que só diferem das empresas globais…

3.

CONCLUSÕES

Depois de analisar as Multilatinas e seu desempenho comercial sob uma perspectiva glocal, com base nas tendências globais…